Nossa visita ao Centro do Grameen Bank em Mouchak.
Por aqui, tudo ótimo!
Ontem, como já mencionamos no
post do facebook, iniciamos uma série de visitas de campo, sendo a primeira
delas a um vilarejo chamado Mouchak, no qual são desenvolvidas atividades do
Grameen Bank.
Cerca de 20 minutos antes de
chegar ao local, paramos em uma área mais movimentada onde está localizado o
Branch Office.
Aqui se faz necessária uma breve explicação
sobre a organização do Grameen Bank. Vamos lá!
O Grameen Bank, fundado em 1976, é
um negócio social cuja finalidade é fornecer microcrédito para pessoas de baixa
renda - especialmente mulheres - sem quaisquer formalidades. Para tanto,
utiliza-se de um sistema baseado na confiança e na ampla participação da
comunidade.
Ainda que os empréstimos sejam
individuais, a organização para o recebimento de crédito é coletiva. Cinco
mulheres interessadas se unem em um grupo e procuram o centro do Grameen em sua
vila. Neste local, demonstram o interesse em tornar-se membro do Grameen Bank,
explicando seus projetos e a necessidade do empréstimo.
Uma vez aceitas, tornam-se um
grupo, sendo uma delas responsável pela coleta do dinheiro semanalmente. É
importante mencionar que após o recebimento do empréstimo, elas têm sete dias
para iniciar o pagamento da quantia – que pode ser parcelado em um ano, dois
anos ou mais, a depender do valor e das condições financeiras de cada uma.
Os centros do Grameen são
formados pela união destes grupos e gerenciados por um Center Manager, pessoa
que recebe os valores pagos pelos grupos e gerencia eventuais problemas
existentes. Para a união de centros de certa região, há um Branch Office –
aquele mencionado acima – responsável por gerenciar as atividades dos centros.
Para vocês terem uma ideia de escala, estivemos em apenas 01 vila, sendo que
esse Branch Office possui mais 69 Centros (ou vilas) que respondem a ele.
Branch Office - Responsável por gerenciar 70 Centros do Grameen em sua região |
Continuando nosso relato, após a
parada no Branch Office, seguimos para Mouchak.
La visitamos um Centro do
Grameen, conhecemos as mulheres vinculadas a ele e ouvimos um pouco sobre as
suas histórias. Elas nos disseram para que tomaram os empréstimos, sendo que as
respostas mais comuns foram agricultura e compra de vacas. Muitas delas tomam
empréstimo a mais de 10 anos, sendo que todos eles são anotados em cadernetas
individuais.
Reunião do Centro Grameen em Mouchak |
Perguntamos ao Center Manager o
que acontece quando uma mulher deixa de pagar. Ele nos explicou que, em
primeiro lugar, a própria líder do grupo tenta compreender o problema. Caso o
problema não seja solucionado, há interferência no sentido de conhecer a raiz do
problema que a pessoa está enfrentando e a tentativa de motivá-la para
continuar desenvolvimento seus empreendimentos e restituindo os valores
emprestados. Como os grupos são formados por pessoas próximas, os
relacionamentos são mais íntimos, facilitando assim a comunicação entre elas.
Caderno pessoal de empréstimos e pagamentos |
Gerente do Centro durante a reunião do Centro Grameen en Mouchak |
Visitamos também a casa de três
associadas ao Grameen. A primeira delas, que é líder de grupo, nos mostrou sua
família, casa e as vacas que comprou com o valor emprestado. Para finalizar nos
serviu suco com bolachas, cheia de orgulho e alegria!
Líder de um grupo de tomadoras de empréstimo que nos recebeu em sua casa para um lanche |
Seguimos para a segunda casa,
onde uma associada ao Grameen desenvolve atividades de costura com o marido.
Ela realizou empréstimo para comprar as máquinas e hoje arrecada,
aproximadamente, 8.000 takas por mês (algo equivalente a 400 reais ou 100
dólares).
Empreendedora e seu marido enquanto costura |
Por fim, conhecemos o terreno de
uma jovem empreendedora, que com o empréstimo fornecido pelo Grameen Bank
compra frangos, os trata e depois revende na comunidade local.
Todas essas incríveis histórias estão resumidas no vídeo abaixo:
Encerradas as visitas, pudemos
perceber a transformação promovida pelo Grameen Bank na vida das famílias da
vila. Muito mais do que fornecer o dinheiro, este negócio social deu acesso
para que que as próprias famílias desenvolvam suas habilidades e sua
comunidade.
É o que está acontecendo. Aliás,
é isso que continuará a acontecer. Em um dos momentos perguntamos as mulheres:
e se o Grameen Bank deixasse de existir, o que você faria? Com firmeza nos
responderam: ele não vai deixar de existir!
E se querem saber, não vai mesmo!
Não enquanto estas mulheres, agora empoderadas, batalhadoras e corajosas
estiverem a frente dele, lutando diariamente por melhores condições de estudo
para os seus filhos, por moradia, trabalho e bem-estar comunitário!
Fim da reunião do Centro Grameen |
Desejamos a todas as empreendedoras Grameen que nunca desistam dos seus sonhos!
Um grande abraço a todos!
Me emociono com esses relatos. Bjus lindos.
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